segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O desconhecido

Alana Berto

Era um homem comum, na verdade era um Zé Ninguém
. Morava em uma daquelas favelas da Capital. Naquela manhã ele se levantou colocou uma camisa cor de laranja, sua única calça jeans e suas Havaianas, tomou um copo de água da torneira e comeu um pedaço de pão dormido(diferente do Zé que estava muito bem acordado e com fome).
Bom, depois de sua refeição matinal, ele seguiu para o Centro da cidade onde, costumava passar a manhã cometendo assaltos com uma arma de brinquedo. E era essa mesma história toda manhã, Zé roubava, Zé vendia...
Não passava das 10 horas da matina, quando a multidão que passava pelo calçadão do centro ouviu alguns disparos, era o corpo do desconhecido que caia no chão.
A multidão se aglomerava ao redor do corpo que lá estava estendido, a calçada cinza ficava cada vez mais vermelha. O tiro na cabeça foi fatal.
Dona Maria, uma senhora gorda que olhava sapatos na loja ao lado assustou-se ao ou ouvir aquele barulho e correu para o fundo da loja:- Aí Jesus Cristo me protege! Gritou Dona Maria aflita. Mas, igual aos outros, ela logo se acalmou e foi olhar os miolos do desconhecido que haviam sido espalhados pelo tiro. O clima era de curiosidade.O burburinho aumentou, pessoas perguntavam o que aconteceu? Quem é este homem? Quem fez isso?
Um mês antes dois homens foram assaltados por Zé Ninguém, que como sempre usou uma arma de brinquedo,Levando suas carteiras e dinheiro. A raiva era tanta que os dois trabalhadores assaltados resolveram se vingar, compraram uma arma a um estrageiro que fora apresentado por um amigo.
No dia seguinte foram ao local que Zé Ninguém costumava assaltar, efetuaram os disparos e fugiram a pé.
Até hoje a população e a polícia desconhecem o motivo do crime e nem sequer lembram do ocorrido ou da identidade dos dois crimonosos.
Quanto a vítima, não se sabe onde morava, de onde vinha, se possuia pai, mãe, esposa, filhos. As pessoas não sabiam ao menos se ele tinha uma identidade, o chamavam de Zé Ninguém.Já nas páginas dos jornais publicadas no dia seguinte, a vítima, um brasileiro de mais ou menos 35 anos foi chamada de desconhecido.

4 comentários:

  1. Gostei, Alana

    É mais uma história da dura realidade dos tantos zés e severinos do nosso Brasil.

    Zé da Feira

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  2. Saudade desse tipo de matéria ne? Pena que os meios daqui não tem espaço para trabalhar uma notícia assim. Você contou uma história que acontece todos os dias, mas a forma que você conta dá um algo mais à coisa. Gostei. Só uma obsevaçao esse Zé é burro vun, nem pra mudar os lugares dos assaltos :p

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  3. kkkkkkkkkkkkkkkkkkk, Tête o zé é burro mesmo!

    Alana

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