sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Fim!

Enquanto ele abria a porta ela saia correndo sem olhar para trás, era uma madrugada fria e escura, na rua só se tinha o olhar da lua e só se ouvia o cantarolar dos grilos.
As lágrimas vinham junto com o sereno e com o álcool, que evaporava dos poros e que momentos antes havia feito os dois corpos ferverem em um só. O olhar dele era de raiva e mágoa enquanto no dela havia desespero e esperança.
As palavras eram fortes e inesquecíveis, haviam corações feridos em conseqüência da dureza.
Ela seguiu seu caminho e dormiu, ele ficou entre o sono e o sonho. Não mais existia amor naqueles gestos, o que ficou foram somente as lembranças, indefinidas entre o amor e o ódio; o ser e o não ser; a amizade e a saudade; a raiva e o bem querer; a razão e o coração; o sofrimento e o passado; o álcool transformou-se em ópio e em gotas d’água que caiam dos olhos.
As cartas foram embaralhadas e jogadas naquela mesma rua, naquela mesma madrugada, essas cartas nunca mais foram vistas pelas ruas. Apenas as chaves continuaram a existir. As chaves que abriram aquelas portas foram as mesmas chaves que as fecharam cada um levou sua chave para casa e esse foi o começo do fim e o meio de um nova vida, nessa hora a música parou, mas outra começou a tocar: a música do fim, a música da hora, do adeus e do começo, da lembrança e do infinito...


(Alana Berto)

4 comentários:

  1. O melhor foi expor estes conflitos abordados (amor, dor, saudade) com total maestria e sintonia! genial, alana!

    (Mari)

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  2. Gostei baixinha!!! Primeira vez q vejo vc abordar tantas emoções num mesmo texto! ;) Continue! É sempre bom demais! :*** (Bjokas, Fofa)

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  3. Lindo o texto...dá até pra sentir o conflito de sentimentos e a decisão do final...muito lindo!

    Parabéns...tah perfeito.

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  4. Belas palavras, companheira!
    Parabéns pela harmonia alcançada.
    ...
    Sensível, profundo, lindo...

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