— Minha namorada tá me traindo. Eu sinto...
— Deixa de paranoia! Ela te ama. Eu sei...
— Grandes merdas! Ela tá muito estranha. Tenho que tomar uma providência.
— É, vamos prum bar e tomamos uma Providência — disse Gabriel, decidido.
— Quê? — perguntou o outro, sem entender. — Sério mesmo. Tenho que tomar uma providência ainda hoje. Vou na casa dela à noite.
— Tô dizendo: se você tomar uma Providência comigo, vai ficar mais tranquilo.
— Que com você! É com ela que eu tenho que tomar a tal providência! Fique fora disso! — reverberou Toinho, descarregando sua raiva e agonia no amigo.
— Ora, você vem desabafar e agora me descarta? Vou tomar a Providência sozinho!
— Como? Que providência?
— A Providência!
— A providência?!
— Pro-vi-dên-cia — silabou Gabriel, p (ou P) da vida. — A cachaça Providência! Não se faça de besta...
— Ué, não sabia que era disso que tu tava falando... Sério, não faça essa cara! Vamos providenciar uma Providência.
— E tua namorada?
— Ela gosta de Tequila — concluiu Toinho.
(Breno Airan)